Tragédia na Boate Kiss


Na madrugada deste domingo, 27 de janeiro de 2013, 241 pessoas morreram no incêndio da boate Kiss, na cidade de Santa Maria, Rio Grande do Sul. Diante de tragédias onde existe uma grande quantidade de vítimas, as pessoas se comovem e sentem o luto com tristeza e sofrimento, não só pelos que perderam a vida, como pelos familiares. Isolando os principais fatores que ocasionou o incidente, bem como os que impediram a saída dos jovens, o trabalho do psicólogo é de extrema importância para os sobreviventes e os familiares.

O sujeito que consegue se salvar nesta circunstância, tem grande probabilidade de sofrer síndrome do pânico, psicose, neurose e depressão. É necessário ter uma organização emocional muito bem elaborada para lidar com as cenas presenciadas, os gritos e as perdas dos amigos que ali estavam. No primeiro momento, a sensação é de intensa adrenalina, como se estivesse acordado de um pesadelo, porém com o passar dos dias, as cenas começam a ser revividas pelos sobreviventes - cai a ficha. 

Para os familiares, quanto mais jovem é a vítima, maior o sofrimento e o tempo do luto, as vítimas estavam na casa dos 20 anos. São enfatizados os objetivos de vida do falecido. A maioria das pessoas não está preparada emocionalmente para lidar com a morte, mesmo o sujeito que está diante de uma doença terminal e o médico informa o tempo de vida restante, tanto o doente como seus familiares sentem o impacto.

Além de normal, pessoal e único, o enlutamento é um conjunto de respostas à perda irrevogável:
  1. Negação e Isolamento - Os familiares tentam negar ou não acreditar no que aconteceu. O isolamento é comum.
  2. Raiva - É expressa pela revolta com o ocorrido. É comum culpar os fatos que desencadearam o acidente, a indignação com Deus, inveja e ressentimento.
  3. Negociação - Nesta fase existe a necessidade de fazer algum tipo de acordo para que as coisas voltem a ser como antes. É pessoal e geralmente se enfatiza na busca pela religiosidade.
  4. Depressão - O sofrimento é maior, acompanhado de tristeza, desolamento, culpa e medo. É associado com a introspecção e o isolamento.
  5. Aceitação - A perda é aceita. As emoções não são enfatizadas com sofrimento intenso e os fatos podem ser revividos com consciência das possibilidades e limitações diante da perda. Ao falar sobre o que aconteceu, o relato não é produzido com desequilíbrio emocional.

Não existem regras de ordem ou tempo de duração para vivenciar cada etapa, a pessoa pode estacionar por mais tempo em uma ou pular outras.

A sociedade atual está cada vez mais focada em viver o aqui e agora. Para uma criança, por exemplo, a sexualidade é mostrada mais cedo, de forma que a morte é ocultada. As pessoas evitam falar sobre a morte. A materialização promovida pelo capitalismo ofuscou a visão de morte em nossa cultura, assim se vive para utilizar os novos produtos e aumentar a qualidade de vida através do consumo. No caso de grandes tragédias como essa, o trabalho do psicólogo auxilia a elaborar o enlutamento, os casos de depressão e pânico.


Leitura Recomendada: Lidando Com a Morte

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3 comentários:

  1. É muito bom saber qual é o trabalho dos psicólogos nessa parte tão difícil da vida.
    Eu sempre tive curiosidade de saber como os profissionais desenvolvem esses trabalhos com as pessoas que sofrem essa perda.
    Parabéns!

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  2. Oi amiga td bem? demorei mas cheguei
    seu blog tá cada dia mais lindo flor

    bjs e tbm te espero no meu blog
    http://erikakikasouza.blogspot.com.br/

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  3. Ish, essa noticia está tomando conta de todos os canais. A negligência ali foi mais do que óbvia :///
    Triste ç.ç
    Beijão.

    ☠ ‏Vitamina de Pimenta ☠

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