Getúlio - Filme


Sinopse: A intimidade de Getúlio Vargas (Tony Ramos), então presidente do Brasil, em seus 19 últimos dias de vida. Pressionado por uma crise política sem precedentes, em decorrência das acusações de que teria ordenado o atentado contra o jornalista Carlos Lacerda (Alexandre Borges), ele avalia os riscos existentes até tomar a decisão de se suicidar.

Classificação: Bom (Ruim, Regular, Bom, Ótimo)


Resenha: É um filme ímpar na produção cinematográfica nacional por retratar os últimos dias do mais polêmico e controverso presidente do Brasil. Exceto pela história, a atuação de Tony Ramos é a principal atração, que por sinal é fantástica. Getúlio Vargas presidiu em dois períodos: 1930 até 1945 e 1950 até 1954. No geral, seu governo foi bastante complexo, passando de regime ditatorial à democracia. Apesar de ser evidência se tratando das leis trabalhistas e também pela proteção do mercado nacional, se eternizou na história como o único presidente - até o presente momento - a cometer suicídio durante o mandato. Por este episódio ser o mais lembrado na história política e gerar muitos debates, o enredo enfoca apenas os últimos dezenove dias de Getúlio Vargas.


O que começa com um atentado contra o opositor Carlos Lacerda, desenvolve-se com o temor do presidente em ser detido sob acusação de ser o mandante do crime. Neste ponto, o filme não consegue despertar admiração nem por um e nem por outro personagem, tornando-se morno. Ao mesmo tempo que faz o filme perder seu potencial, consegue se manter neutro, expondo apenas os fatos. Se você for mais racional, perceberá as decepções do presidente nos momentos em que é avisado sobre a corrupção que acontecia no próprio Palácio do Catete, como as cenas onde ele fica chateado ao saber que sua guarda era composta por 80 homens quando pensava que era apenas 15, quando é avisado que o chefe de sua guarda, Gregório Fortunato, havia comprado uma fazenda em quantia superior ao que recebia oficialmente e ainda tinha sua esposa com funcionária dos Correios, e esta sequer sabia o endereço da agência. O diretor conseguiu apresentar um excelente panorama da política da época, a pressão e os desafios que Vargas enfrentou em seus últimos dias. Muitos dos seus aliados tornaram-se seus adversários, era acusado de ditador e de corrupto pela oposição de modo que desrespeitaram todas as suas conquistas gloriosas. E mesmo com os políticos opositores declarando que ele não conseguia deixar de ser um ditador, Vargas preferiu evitar uma guerra civil ao recusar o apoio do seu  ministro da guerra (general Zenóbio da Costa) enquanto outros oficiais mantinham o firme propósito de tirá-lo da presidência. Nestas cenas, a atuação de Tony Ramos foi tecnicamente perfeita. O modo de andar, de fumar o charuto, suas expressões faciais, todas muito fieis à Getúlio. A maquiagem também foi primordial nas técnicas de envelhecimento e enchimentos para proporcionar o físico acima do peso, o que fez a caracterização do personagem durar cerca de duas horas a cada dia de filmagem.


Se tratando do figurino e fotografia para retratar o ano de 1954, a produção fez um excelente trabalhou, mas - provavelmente por ter poucos recursos financeiros à sua disposição - economizou em cenas externas, concentrando-se no interior do Palácio do Catete, testemunho histórico dos fatos. Este, encontra-se em bom estado de conservação. Mas a cena da fachada do Palácio Tiradentes, onde na época funcionava o Congresso Nacional e atualmente é a sede da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (ALERJ), revelou que os prédios históricos do Brasil precisam ser mais bem conservados; a fachada estava desbotada e suja, contraste contrário à conservação na época do contexto do filme.


Outra bela atuação é a de Drica Morais, no papel de filha do presidente (Alzira Vargas). Seus esforços para ajudar o pai e a cena na qual escuta o tiro e se depara com Getúlio na cama com um tiro no coração, é emocionante. Por ter sido gravado no próprio Palácio do Catete, a cena do suicídio foi gravada na própria cama utilizada pelo próprio Getúlio, destacando-se por ser a cena mais forte da atuação de Tony Ramos. É um notável filme que enriquece o conhecimento a cerca da história do Brasil que, com seu sucesso e repercussão na mídia, abre precedentes para futuras produções nacionais que aborde temas históricos.



Making of


Getúlio
 Brasil
2014 • cor • 1:40 min 
Direção João Jardim
Elenco Tony Ramos, Drica Moraes e Alexandre Borges
Gênero Drama

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3 comentários:

  1. Ainda não conhecia esse filme, mas fiquei super interessada pois gosto de assistir vídeos de períodos históricos, afinal sou péssima em história e tento aprender de qualquer modo.
    http://eu-ludmilla.blogspot.com.br/

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  2. Bom, não vi esse filme
    Na verdade, não assisto muito filmes nacionais :( eu deveria assistir mais
    interessante a historia, mas não sei se asistiria... Mas voce falou bem e tambem que as atuações foram bacanas então, quem sabe?
    Isso é verdade!
    Um beijo!
    Pâm - www.interruptedreamer.com

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  3. todo o filme que venha a agregar a nossa história, a história de nosso país é válida.
    Getúlio, o pai dos pobres, foi uma figura marcante no cenário nacional...
    http://felicidadeemlivros.blogspot.com.br/

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