O dia nacional
da música clássica foi comemorado em 05 de março. A data é uma referência ao
nascimento do maior ícone do Brasil neste gênero, Heitor Villa-Lobos. E tamanha referência não é por acaso. Villa-Lobos
conseguiu criar uma música originalmente brasileira, com diversos traços que
denotam das nossas culturas regionais, bem como das canções populares e
indígenas.
Entre os
séculos XVI e XIX, era o principal estilo tocado nas festas reais e cerimônias
religiosas, tal fato se deu devido à codificação das partituras, ou seja, quando
a música foi codifica e padronizada, possibilitando sua difusão.
O apogeu da
música clássica se deu nos séculos XVIII e XIX. Neste período, foram
concretizadas obras de imortais como Johann
Sebastian Bach (1685-1750); Ludweig
van Beethoven (1770-1827); Wolfgang
Amadeus Mozart (1756-1791) e Frédéric
Chopin (1810-1849).
Atualmente é
possível observar que a música clássica está em baixa no mundo inteiro. Se há
80 anos a erudição ainda reinava absolutamente em forma musical, hoje o
panorama, infelizmente, é outro. Diversos estilos musicais ofuscam a música
clássica - muitos de péssimo gosto - e o entretenimento foi além das operetas e
peças teatrais. Apesar de nomes importantes surgirem no período contemporâneo,
em parâmetros globais, como o próprio Villa-Lobos,
Guerra Peixe e Tom Jobim, a ausência de mais criações faz com que a música
clássica ainda seja dependente de muitas obras criadas há duzentos ou trezentos
anos atrás.
Entretanto, a
música clássica é capaz de oferecer inúmeros benefícios, como o relaxamento e a
potencialização da concentração. Segundo a pesquisa realizada pelo Departamento
de Psiquiatria e Ciências Comportamentais da universidade norte-americana
Stanford: The Rewards of Music Listening:
Response and Physiological Connectivity of Mesolimbic System, esse estilo
musical pode influenciar positivamente patologias como depressão, bipolaridade
e esquizofrenia. Isto acontece quando existe o aumento do fluxo de sangue em
regiões responsáveis pela autonomia, cognição e emoção, ao mesmo tempo em que
possibilite a liberação de dopamina. Quando esta substância é liberada, ocorre
a sensação de prazer e bem-estar.
Como
brasileiros, se tratando da música erudita, temos muito do que se orgulhar. Heitor Villa-Lobos (1887-1959), muito
atacado em sua época pelos críticos do Brasil, permanece prestigiado em todo
mundo. Sua obra é respeitada e tocada pelas principais orquestras de todos os
continentes. César Guerra Peixe
(1914-1993) foi compositor, maestro, arranjador e musicólogo, dedicou seu
trabalho à produção de obras genuinamente brasileiras, atuando no universo
musical erudito e popular. Antonio Carlos
Brasileiro de Almeida Jobim (1927-1994), nosso Tom Jobim, foi um dos
responsáveis por popularizar a nossa Bossa Nova para o mundo inteiro. É
considerado o maior expoente de todos os tempos da música popular brasileira.
Seu trabalho é peculiar, pois durante toda a sua carreira conseguiu destaque
tanto no estilo musical popular quanto no clássico. Sua obra é reconhecida
mundialmente nos dois estilos, infelizmente aqui no Brasil somente a atuação
popular de Tom Jobim é evidenciada.
Indo contra o
ostracismo da música clássica, a rádio MEC (FM/AM) - a única totalmente
especializada em música clássica, jazz, samba, choro e bossa nova – continua
ganhando espaço por ser independente do setor comercial musical. Fruto da
doação do professor Edgar Roquette Pinto ao Governo Federal, em 1932, é
originária da primeira rádio do Brasil. Atualmente, faz parte da Empresa Brasil
de Comunicação, e por isso é livre de comerciais em toda a sua programação.
Também é
necessário destacar que nos últimos tempos os concertos de orquestras
sinfônicas alcançaram o patamar democrático de preço, ou seja, deixar de
assistir a uma apresentação de música clássica pelo alto valor do ingresso não
deve ser mais desculpa. O Cine Art UFF (Niterói)
oferece a série Música aos Domingos, onde é possível assistir apresentações da
própria Orquestra Sinfônica Nacional/ UFF,
bem como de outros conjuntos de grande importância nacional, com entrada franca
ou com o ingresso no valor de dez reais. E o Theatro Municipal do Rio de Janeiro, através do projeto
Trajetórias, proporciona concertos aos domingos, sempre no horário de onze e
meia da manhã, com o ingresso custando o valor único de dez reais.
Ouvir música
clássica eleva os parâmetros culturais, o senso crítico em relação à música em
geral, relaxa, ajuda na concentração, enaltece os sentimentos mais puros da
vida - como alegria e a tristeza – em sua forma mais intensa e tocante. Não é
preciso deixar outros gêneros de lado para gostar do estilo erudito, você pode
muito bem conciliar os dois. Permitir seus ouvidos serem tocados pelos sons de
uma orquestra, do piano, do violino e da flauta, é abrir sua alma para as mais
nobres emoções.
Este artigo foi publicado na coluna PsicoArte da revista digital Sinestesia, edição de abril: http://pt.calameo.com/read/0041549965ccbd7cca237
Este artigo foi publicado na coluna PsicoArte da revista digital Sinestesia, edição de abril: http://pt.calameo.com/read/0041549965ccbd7cca237
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