Tudo Que Você Precisa Saber Sobre Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC)



Costuma realizar comportamentos repetitivos com medo de evitar que algo ruim aconteça como retornar para ver se porta foi trancada, se o gás foi fechado, limpar várias vezes ao dia o ambiente com medo dos germes, pisar exatamente no meio das linhas das calçadas? Conhece alguém que faça isso? Você ou seu conhecido pode estar com o Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC). Pode ser muito mais comum do que se imagina e existem vários famosos que já tiveram ou ainda vivem com esse transtorno, como Roberto Carlos, Jô Soares, David Beckham, Leonardo DiCaprio e Cameron Diaz.

O TOC é um transtorno de ansiedade que envolve obsessões ou compulsões recorrentes que consomem tempo ou causam grandes dificuldades na vida diária. Obsessões consistem em pensamentos, imagens ou impulsos recorrentes, acompanhados de angústia, experimentados como indesejáveis e irracionais, porém muito difícies, senão impossíveis, de ignorar ou mesmo resistir. As compulsões são condutas ou ações geralmente desencadeadas por obsessões. Embora um número incontestável de pessoas com TOC associe determinado evento de considerável impacto ao início do transtorno, muitas outras não conseguem identificar qualquer fato precipitado específico.

Segue abaixo alguns dados curiosos sobre o TOC:

  • Pouco mais da metade dos portadores são mulheres
  • As pessoas com TOC possuem inteligência acima da média
  • Em homens, a idade de pico para o início situa-se entre os 13 aos 15 anos
  • Em mulheres, a idade de pico para o início situa-se entre os 20 aos 24 anos
  • O início geralmente ocorre de forma gradual

O TOC afeta igualmente homens e mulheres de todas as culturas, porém os sintomas em crianças são observados com maior frequência em meninos.

Muitos pacientes obsessivo-compulsivos vivenciam diminuição significativa em sua capacidade funcional, incluindo perda de emprego, separação conjugal, perda dos relacionamentos interpessoais. Na verdade, o início mais precoce do TOC nos homens provavelmente contribui para sua surpreendente baixa taxa de casamento (apenas 25%).

O diagnóstico do TOC geralmente requer a presença de obsessões que são persistentes, irracionais e causam muita aflição ou interferem no funcionamento diário. As primeiras são acompanhadas de sentimentos desconfortáveis como medo, repugnância, dúvida ou sensação de que as coisas devem ser feitas somente de uma determinada maneira. As últimas diferem dos comportamentos compulsivos (exemplo: beber, jogar) na medida em que não proporcionam prazer à pessoa; ao contrário, são rituais que ela realiza para obter alívio do desconforto que sente com suas obsessões. Por exemplo, alguém que verifica repetidamente se trancou a porta ao ter que sair de sua casa está obcecado com o pensamento de que poderia ter sua residência roubada.

As características do TOC incluem:

Evitações das situações temidas/estímulos relacionados com as obsessões: As pessoas com TOC podem experimentar a necessidade de evitar uma série de situações ou estímulos temidos, mudando radicalmente seu estilo de vida por esse motivo. Por exemplo: temos obsessivos relacionados com sujeira ou contaminação resultam na evitação de banheiros públicos ou de apertar as mãos de pessoas estranhas

Avaliação exagerada da importância dos pensamentos e senso de responsabilidade patológico: As pessoas com TOC frequentemente sentem culpa e medo de que seus pensamentos causem dano aos outros ou façam com que algo terrível aconteça, porque muitas delas acreditam que ter um pensamento é o mesmo que concretizá-lo. Além disso, muitas agem de modo compulsivo porque acreditam que a falha em "corrigir" um problema é equivalente a causá-lo. Suas compulsões são uma forma de desfazer ou consertar algo que temem que possam ter feito de errado ou mesmo que resulte em dano a outras pessoas (exemplo: o motorista que faz o retorno diversas vezes para verificar se ele não causou nenhum acidente).

Superestimação do dano: Outra característica do transtorno é uma tendência a superestimar a probabilidade dos danos e a gravidade das consequências. As pessoas com TOC podem supor que um ambiente é perigoso até que seja provada sua segurança (exemplo: elevador, escada rolante). Isso contrasta nitidamente com um pressuposto comum de que tudo está bem a menos que o perigo seja óbvio.

Preocupação e ruminação excessivas: Indivíduos ansiosos podem envolver-se frequentemente em preocupação pessoais e/ou familiares vinculadas ou não às suas obsessões. Além disso, podem usar sedativos em excesso com o objetivo de tentar combater seus sintomas. É possível ainda que tentem controlar seus temores por meio da utilização de álcool ou hipnóticos.


Tratamentos Médicos 

Fatores ambientes e psicológicos, como traumas de infância, perturbações da personalidade e habilidades primitivas de enfrentamento, têm sido historicamente implicados no desenvolvimento do TOC. Durante os últimos 25 anos, contudo, houve uma mudança marcante - os novos pesquisadores reconhecem os fatores genéticos e neurobiológicos como os de maior importância no desenvolvimento dos transtornos.


Medicamentos Eficazes

Os medicamentos eficazes para o tratamento do TOC estão limitados a antidepressivos que bloqueiam de forma potente e seletivamente a recaptação de serotonina. Tais medicamentos são chamados de antidepressivos inibidores da serotonina (IRS's), sendo considerados tramentos medicamentos de primeira linha para o TOC. Também são indicados no tratamento de crianças.


Medicamentos X Terapia Cognitiva Comportamental

Inicialmente, os medicamentos têm melhor custo-benefício do que a psicoterapia. Porém, os índices mais altos de recaída associados ao tratamento medicamentoso do TOC podem indicar a necessidade desse tratamento em longo prazo e talvez por toda a vida ou sua associação à Terapia Cognitivo Comportamental para prevenção de recaídas. Embora o tratamento medicamentoso seja menos caro em curto prazo, a Terapia Comportamental pode ser a melhor relação custo benefício ao longo tempo.


Fontes: Livro - Transtorno Obsessivo-Compulsivo – STEKETEE, Gail,  PIGOTT, Teresa. Ed. Artmed
http://saude.terra.com.br/doencas-e-tratamentos/roberto-carlos-e-beckham-veja-casos-de-famosos-com-toc,73fd11a3f3e6a310VgnVCM3000009acceb0aRCRD.html

Comente com o Facebook:

2 comentários:

  1. Olá, tudo bem?

    Que saudade de vir aqui no seu cantinho *-*
    Agora estou de férias e poderei seguir melhor você e as novas postagens!
    Parabéns pelo blog, sempre é muito bom passar por aqui
    E uma frase de presente para você

    ''Quando os lábios estão em silêncio. O coração tem uma centena de línguas.''
    - Rumi

    Um grande beijo, muita luz e amor na sua vida, muito sucesso para o seu blog!

    Gabi


    www.gabs-13.blogspot.com
    (Senzafine)

    ResponderExcluir
  2. Ano passado eu fiz um projeto sobre TOC, esse transtorno é muito sério e muita gente ainda acha que é frescura, acho que deviam ter mais campanhas sobre a conscientização do toc, adorei o post
    beijos

    ResponderExcluir

- Sem palavrões
- Deixe seu e-mail para que avise a você quando tiver respondido o seu comentário

Seu comentário é muito importante! Faça sua pergunta e irei te responder assim que possível!