Feitiço do Tempo

Sinopse: Um repórter (Bill Murray) é escalado mais uma vez para cobrir as festividades do Dia da Marmota numa pequena cidade do estado da Pensilvânia, nos Estados Unidos. Ele não vê a hora de terminar o trabalho e voltar para casa, mas o inesperado acontece: ele cai em um "feitiço do tempo", e todos os dias seguintes passam a se repetir sempre iguais ao Dia da Marmota. Quando ele percebe o feitiço, passa a tirar vantagem dele, mas depois vem o tédio e o sentimento de frustração por não saber como sair daquela situação.

Classificação: Ótimo (Ruim, Regular, Bom, Ótimo




O que você poderia ter feito de bom hoje caso tivesse a oportunidade de viver esse mesmo dia todas as vezes que acordasse pela manhã? Isso acontece com Phil, um repórter petulante e mal humorado que é obrigado a cobrir o dia da marmota em Punxsutawney, Pensilvânia. Como o homem do tempo de um telejornal, ter que fazer uma matéria em uma cidade do interior, onde uma festa é realizada todos os anos para que um animal diga qual será a previsão do tempo para os próximos seis meses, é um tédio. Na expectativa de acordar no dia seguinte para ir embora da cidade, é surpreendido por estar vivenciando, novamente, o dia anterior. O mesmo homem fala as mesmas coisas para ele no corredor da hospedaria, a senhora serve o seu café com a mesma pergunta, um velho conhecido chato o encontra e oferece um seguro, seu pé cai em uma poça d’água e a marmota dá a mesma previsão do tempo. Logo, Phil passa a conhecer as pessoas da pequena cidade e o que acontecerá com elas naquele dia.

Ele vê uma ótima oportunidade de abordar uma mulher bonita e aproveita o dia repetido para ir, aos poucos, conhecendo sua história, para quando acordar novamente naquele mesmo dia, ter sucesso em sua investida. Também aproveita para não seguir regras, dirigindo em alta velocidade, sendo perseguido pela polícia e preso. Ao acordar, se vê novamente na cama e o dia anterior se repete. Phil se apaixona pela sua produtora e se convence de que tem que conquistá-la. Entre acertos e fracassos, passa a se sentir angustiado e desmotivado por não conseguir viver o próximo dia. Nesse período, ele comete suicídios de inúmeras formas: despenca com um carro em um precipício, se joga de uma torre, é eletrocutado em uma banheira, porém quando abre os olhos, está na mesma cama vivendo o início do mesmo dia.

Sem saber como parar de viver o mesmo dia, Phil se empenha para ajudar e salvar as pessoas de acidentes. Evita que um menino caia no chão ao escorregar de uma árvore, salva o senhor que se engasga no restaurante, troca o pneu do carro de senhoras e convence uma garota insegura a aceitar o pedido de casamento do seu noivo. Também passa a se interessar em aprender outras coisas, como a tocar piano. Esta parte é bem interessante, pois como não consegue sair do primeiro dia de aula, tem que explicar para a professora o que ele já aprendeu, até começar a tocar bem.

Phil começa a se interessar pela história das pessoas e em ajudá-las, e no final  do dia já é íntimo de toda a cidade. Conforme vai aceitando a sua condição de viver o mesmo dia, dia após dia, Phil vai se interessando por querer fazer apenas o bem para as pessoas e finalmente consegue conquistar a sua produtora. Este fato não se deu como nas vezes anteriores, nas quais ele manipulou o que aprendera sobre ela e o que acontecia até o anoitecer, mas foi por ter se tornado uma pessoa melhor. Tendo a companhia dela em sua cama e feliz por ter feito o bem, ele acorda e finalmente era o dia seguinte. Agora, ele já não quer sair da cidade e se sente satisfeito por ter feito o bem a muitas pessoas.

O filme passa uma mensagem filosófica muito cativante por mostrar como podemos usar o nosso dia para fazer o bem, olhando o outro como um sujeito com sua história, dificuldades e virtudes. Deixar de viver como se fosse a única pessoa do mundo, sem estar atento ao que acontece com o outro ao seu redor, pode ser cativante e mudar o seu humor para melhor. Querer ser o agente principal para somente obter vantagens a si próprio gera angústia e logo o sentimento de infelicidade é inevitável. Após passar pela fase mais rebelde da condição de estar preso naquele mesmo dia, Phil foi ao extremo cometendo inúmeros suicídios, mas então passou a ser resiliente e a identificar aspectos positivos dessa condição, promovendo o bem e passando a aceitar a si mesmo. No final do filme, passamos a refletir como podemos usar melhor as oportunidades do dia de modo significante, tolerante, educado, paciente, bondoso e com bom humor.

Após o seu lançamento, foi adotado pela cultura popular norte-americana, tendo frase Groundhog Day (Dia da Marmota) utilizada para se referir a uma situação desagradável que se repete continuamente. O filme também foi difundido pelo exército dos EUA, onde soldados e marinheiros se viram na mesma situação que o personagem. Os economistas têm passado a utilizá-lo para explicar a teoria econômica do “equilíbrio perfeitamente competitivo baseado na informação perfeita.”

O filme está em 34º na lista dos 100 Funniest Movies (100 Filmes Mais Divertidos) do American Film Institute. Recebeu o prêmio British Comedy Awards de melhor filme de comédia e o Saturn Award de melhor atriz, para Andie McDowell.


 Estados Unidos
1993 •  cor •  101 min 
Direção Harold Ramis
Produção Trevor Albert
Harold Ramis
Roteiro Danny Rubin (história)
Harold Ramis
Elenco Bill Murray
Andie MacDowell
Chris Elliott
Gênero Comédia dramática
Fantasia
Música George Fenton
Cinematografia John Bailey
Edição Pembroke J. Herring
Distribuição Columbia Pictures
Lançamento Estados Unidos 12 de fevereiro de 1993
Portugal 10 de setembro de 1993
Brasil 17 de setembro de 1993
Idioma Inglês
Orçamento US$14.6 milhões
Receita US$70,906,973

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